Minha irmã também é uma apaixonada por Buenos Aires. A Marília Cavalheiro sempre tem uma dica especial sobre a cidade. Com viagem marcada, pedi algumas sugestões rápidas e ela, mesmo no meio de um novo projeto ( procure por #tapasybesos no Facebook) reservou um tempinho para compartilhar com a gente algumas sugestões! Alguns lugares que eu já fui, outros que estou muito curioso para conhecer.No final recebi um super guia especial! Gracias, chica!!
La verdad? Buenos Aires não se esgota. Tô aqui me mordendo de inveja ciúme sabendo de um monte de gente aproveitando as férias de julho pra correr pra lá.
Mas como eu sou bem queridona, aprendi a dividir minha paixão por BUE com todo mundo desde sempre, inclusive incentivando o povo a visitar, conhecer, desbravar (sempre na esperança de ganhar um alfajorzito de brinde na volta).
Bom, aí que o Marco ficou sabendo que sempre que alguém tá indo pra lá e vem me pedir umas dicas eu mando (queridona) um mini-dossiê pra pessoa. Informações, bairro a bairro, restaurantes clássicos, o que não dá pra faltar… enfim. Essas coisas de guia turístico wannabe.
Hoje vou dividir com vocês meus preciosos conselhos (ooooh!). Mas fica a dica: se quiserem fazer tudo ao contrário, eu garanto que vão se divertir igual. Buenos Aires é super democrática.
Vale ressaltar que estas são sugestões bem pessoais, das coisas que eu gostava de fazer quando morava nessa city incrível, do que faço questão de repetir sempre que vou de visita, do que vou aprendendo com cada pessoa que mora ou viaja pra lá e sempre tem uma boa história pra contar. Sem (mais) delongas, vamos lá:
Primeiro é importante dizer que a melhor maneira de conhecer uma cidade é caminhando. Muito. Um bus, um subte vez em quando, ok. Mas ande. No frio é até melhor né (e sim, faz mui-to frio em Buenos Aires nessa época). Seus trajetos vão sempre começar da região onde está hospedado, mas eu gosto de separar o papo por bairros, porque são tantas emoções que assim me organizo melhor.
Começamos por… tãn tã nã nãn!
PALERMO
(óbvio, boludo!):
É o maior bairro da cidade e se divide em Palermo Viejo, Soho e Hollywood. Palermo Viejo ainda guarda as características mais porteñas do bairro. Soho e Hollywood se transformaram em bairros procuradíssimos em função da grande oferta de lojas, bares, restaurantes e baladas (tá hype). É super agradável passear por lá. Tudo o que precisa, encontra. Pela linha D do subte, o melhor para chegar no Soho é descer na estação Plaza Italia. Dali, a onda é caminhar e se perder pelas ruas. Já para o Hollywood, melhor descer na estação Palermo. Algumas dicas de bares e restauras que eu super curto por lá:
Felicidad – já tem em Las Cañitas faz tempo, e agora abriu uma filial em Palermo. Eu adoro. Acho a comida boa, honesta, umas saladas deliciosas. Nesta sucursal, numa esquina movimentadíssima, mesinhas na rua dão o toque. Dá pra ficar ali numa boa curtindo o movimento.
Gurruchaga, 1711 e Migueletes, 887
Lo de Jesús – bodegón, comida boa, um pouco mais caro. Famoso pela hora del vermú (tipo o happy hour deles), com tapas e drinks.
Gurruchaga, 1406
Oui Oui – mistura de café e restaurante muito fofo, com lojinha de produtos. Bacana, super agradável, o sanduíche de salmão defumado é algo de bom. Rola brunch nos finais de semana, um dos
mais antigos e clássicos da cidade.
Nicaragua 6068
El Trapiche – restaurante mega tradicional, queridíssimo dos porteños. Comidas bem variadas, bem servidas, preço honesto e satisfação garantida. Restaurantão assim, sem frescuras.
Paraguay, 5099.
El Preferido de Palermo – também, super tradicional, comida bem ao gosto do porteño. Fica bem perto da Plaza Serrano.
Borges, 2108
La Cabrera – tem a fama de ser a melhor carne da cidade, e realmente é muuuuito boa. O restaurante é bem procurado pelos turistas, sempre com fila de espera no horário do almoço. À noite
pode-se fazer reserva para a primeira hora, e vale a pena. As carnes são impecáveis, vêm com diversos acompanhamentos e o preço é bom.
Cabrera esq. Thames
Thames, 1795
Krishna – comida Indiana, na frente da Plaza Armenia, super buena onda.
LAS CAÑITAS:
É um Palermo menorzito e menos turístico. Uma vez uma amiga me disse que parecia tipo um “Palermo de adultos”. Baita bairro! Bom pra caminhar nos bosques que cruzam toda a calle
Libertador, passear pelas ruazinhas, comer e fazer happy hour. Na calle Báez, tem um bar ao lado do outro, uma delícia.
La Guitarrita – a pizza é mui-to boa. Além disso, o restaurante é todo decorado com motivos de futebol, lindo, bem tradicional.
Báez, 518
Lupita – o restaurante é lindo e a comida é boa. México feelings. Vale visitar o bairro e procurar outras atrações por ali também. Las Cañitas é bem diferente de Palermo e abrange a classe
mais abastada da cidade, poucos turistas. Os bares, restaurantes e baladinhas do bairro são bem bacanas, as ruas ficam lotadas de noite.
Báez, 227
VILLA CRESPO:Bairro coladinho em Palermo Soho, reduto dos outlets tão procurados pelos brasileiros. É onde fica o Hotel (muso) Querido. Sai um pouco da rota turística, apesar de que muitos cafés e restaurantes novos estão abrindo as portas por lá.
Sarkis – comida árabe/armênia, perfeito. Pode ter fila de espera dependendo do horário. O ideal é pedir várias 1/2 porções dos aperitivos e caprichar num prato. Ou não. Vale muito a pena! Um
dos meus preferidos da cidade.
Thames, 1101
Salgado – melhor restaurante de massas de Buenos, na minha singela opinião. Pequeno, sem pretensões, bem de bairro mesmo. Qualquer prato da carta vale a pedida. Honestíssimo. Era uma
fabriqueta de massas caseiras. Indico a berinjela ou as almôndegas para entrada e o ravioli de jamón crudo. Ou qualquer um dos sorrentinos. Aaaah, e morri pelos raviólis de morcilla com laranja
na última vez que fui.
Juan Ramírez de Velazco esq. Aráoz
878 (OchoSieteOcho) – bar muito bacana, sem placa na porta, só o segurança. Extensa carta de ‘tragos’, comida excelente.
Thames, 878
La Crespo – café pequeno, com incríveis sanduíches. O bagel de salmão defumado e o hot pastrami são perfeitos.
Thames esq. Vera
Aguirre, 526
BELGRANO:
Meu bairro preferido, onde eu morei. Está fora do circuito turístico, mas vale a visita. Principalmente pelo BarrioChino, que na verdade são só duas quadras mas acho um baita passeio. Fica bem no cruzamento da linha de trens, e muitas vezes nem consta nos mapas que distribuem por aí, é bom se informar. Fácil de chegar, em subte, linha D até a estação Juramento. Dali é só descer a Calle Juramento até o final, até a parte de Belgrano chamada de Barrancas. Tá ali o Barrio Chino, com portal e tudo, muitas lojinhas de bugigangas, restaurantes, comida de rua, e os supermercados mais legais da cidade. Adorava ir lá e ficar curtindo as novidades. Bom, novidade pra mim né… Um passeio que eu acho digníssimo!
La Posada de Belgrano – parrilla e outros pratos, restaurante de bairro, fora do circuito. Vale a visita se forem ao Barrio Chino, que está ali perto. Carne excelente, ambiente bem porteño.
Cuba, 2401
Möoi – cocina de autor, restaurante lindo, tem aulas de culinária no andar de cima. Buena onda. O ravióli de cogumelos é muito bom.
Cuba, 1985
Tea Connection – tem ‘sucursales’ por toda a cidade, eu adoro a de Belgrano. Cházinho delícia, uma tortinha… nham! Bom pra tomar café da manhã e almoçar também. Ah, e levar souvenirs,
umas misturinhas incríveis de chá!
Echeverría, 2102 – esq. Arcos
Luccuma – cozinha inca, peruana. No meio do barrio chino, ironicamente. O menu executivo do almoço vale a pena. Bom lugar para comer pescados, que não é muito comum nos restaurantes. O ceviche é maravilhoso.
Olazábal, 1679
Para comida chinesa, qualquer um do
barrio chino tá valendo. Aquele clima, os restaurantes não são os mais bonitos, mas a comida é excelente. Tem também bancas de petiscos take over, tipo espetinho de camarão, rolinho primavera… os supermercados do bairro valem a visita, o meu preferido é o Casa China, incrível.
CENTRO:O centro é o centro (aaaah, sério?). Em qualquer cidade, igual. Em Buenos, acho legal passear pela Corrientes de noite, com as livrarias todas abertas, as casas de shows, teatro de revista, etc. A Florida e a Lavalle, tão famosas, acho roubada. Não tem nada pra ver além de lojas, restaurantes ruins e pessoal chato querendo importunar o turista. Na 9 de Julio, a avenida principal, o Obelisco.
Dadá – famoso bar de happy hour porteño. Comida boa.
San Martín, 94
El Cuartito – pizzas e empanadas num ambiente bem futebolístico.
Tacalhuano, 937
Pizzaria Güerrin – puro folclore porteño. A pizza é uma delícia, tá sempre lotado, barulho e tals. Não que isso seja ruim, viu? Eu acho lindo!
Corrientes esq. Uruguay
SAN TELMO:
É o bairro famoso pela feira de antiguidades que rola nos domingos. Se tiver tempo na cidade, recomendo o passeio num dia de semana, para ter uma ideia real do bairro, que é altamente fotogênico. No domingo está sempre lotado, feira nas ruas, é super divertido também, mas não se vê o bairro como ele realmente é. Na esquina da Defensa com a Independencia, se não me falha a memória, tem uma lojinha de fotografia, câmeras antigas e um dono muito folclórico, adora papear. É quase uma viagem no tempo. Já dá pra fazer o passeio clássico da Plaza de Mayo, Casa Rosada, Catedral,Puerto Madero, La Boca… tudo na redondeza.
Desnivel – parrilla, carne, massas, super delícia. O ambiente é bem de bodegón de barrio, o preço é bom apesar de estar em plena Calle Defensa, coração turístico de San Telmo. O bife de chorizo é altamente recomendável e barato.
Defensa, 855
Brasserie Petanque – francês, mas sem frescuras. Comidinhas mais elaboradas.
Defensa, 596
Mercado de San Telmo – um dos
meus passeios preferidos. A-mo um mercado! Este é especial. Encontramos desde antiguidades, vinis, livros até empanadas tucumanas ‘riquísimas’. As bancas de carne, de verduras, é tudo muito poético. Não dá pra perder!
Calle Defensa
Puerta Roja – bar dos gringos, do pessoal hospedado em hostels da região. Divertido, no mínimo.
Chacabuco, 733
Parque Lezama – apesar de ser em San Telmo, bem pertinho do fervo, não é tão visitado pelos turistas.
BARRIO NORTE E RECOLETA:
A Recoleta é o puro glamour porteño das antigas, de antes da(s) crise(s). Arquitetura incrível, prédios dos mais lindos, bom de passear. Tá lá o cemitério, a faculdade de direito, a flor prateada (foto, foto). Também o MALBA, o shopping de design, a feira de artesanato nos sábados.
Los Inmortales – pizzaria super tradicional de Baires.
Tucumán, 133
Million – bar que funciona num casarão antigo, com vários ambientes.
Paraná, 1048
Buller Brewing – pub de cervejas artesanais, fabricadas ali mesmo, justo em frente ao cemitério da Recoleta. Apesar da localização, os preços são honestos. A degustação de cervejas
vale muito a pena!
Presidente Roberto M. Ortiz 1827 (bem na frente do cemitério)
Cumana: comida bem tradicional, empanadas diferentes, locro, etc.
Rodríguez Peña, 1149
PUERTO MADERO:
Sou brasileira (não desisto nunca) mas não compartilho desse amor dos meus compatriotas pelo Puerto Madero. Tem que visitar? Sim. É bonito? Sim. Tem que ir lá todo dia, comer nos
restaurantes caros e achar o melhor de Buenos? Não necessariamente. Pra mim, um sorvetinho na Freddo ou umas guloseimas do kiosco pra comer pelos banquinhos de frente pro rio (me achando executiva local) já tá ótimo.
Atravessando a Puente de la Mujer, do outro lado do porto, tem
umapraça bem linda também. Para os rycos e famosos, os bares e restaurantes do Hotel Faena podem render boas experiências.
A famigerada Cabaña Las Lilas é quase parada obrigatória para muitos brasileiros. Nunca fui, beijo!
Pra quem prefere alugar apartamento não há melhor opção que o
apê de Palermo da Gisele e do Edu. Super bem localizado, aconchegante, lindo. Para infos culturais, sobre tango, milongas e tudo que acontece de bom e interessante em Buenos Aires a dica é visitar o
blog da Gisele. Falando em blog, não deixa de ver também o super divertido
Buenos Aires para Chicas, da Amanda Mormito e o
AiresBuenos, do Túlio Bragança. Quanto mais dicas melhor, né?
Além disso tudo, tem coisas que – digo eu – não podem faltar numa ida a Buenos:
– Visita à livraria
El Ateneo da av. Santa Fe, que é fantástica. Era um teatro, tem um café bem legal lá dentro. É linda, linda.
– Sorvete de dulce de leche em qualquer sorveteria. A Freddo e a Persico são as mais distribuídas pela cidade, mas em qualquer uma se come um helado de derreter o corazón.
– Alfajor de qualquer kiosko, El Cachafaz é meu preferido, nham! (taí o brinde que eu sempre fico esperando).
– Provar as empanadas, que estão por todos os lados e são praticamente uma instituição porteña junto com as milanesas.
– Nas segundas-feiras rola (é bom confirmar) um show muito bacana no complexo cultural Konex, da banda La Bomba de Tiempo. É um conjunto de percussão, super animado, bem famoso por lá. Sempre cheio de gente bacana, mistura de locais, turistas, etc. É beeem divertido.
– O Notorious (notorious.com.ar) é um bar de jazz bem interessante, e vale conferir a programação. Outra casa que vale dar uma olhada na programação é o Niceto Club (nicetoclub.com).
–
El Rosedal, um jardim fantástico que fica ao lado do
Jardim Botânico, nos Bosques de Palermo.
– É legal ficar atento à agenda de shows ou festivais que estão rolando na cidade na época da visita.
– O mercado de pulgas de Colegiales (bairro ao lado de Belgrano) é muito legal também. Vale a visita. Fica nas quadras delimitadas pelas ruas Concepción Arenal, Martinez, Av. Dorrego e
Álvares Thomas. Abre de terça a domingo, das 10h às 19h.
– Bom saber: a night em Buenos começa super tarde, tipo 3h da manhã. As ‘prévias’ rolam por todos os lados, em casa, nos bares perto da balada… mas a festa mesmo só começa por aí.
Y bueeeno… que acharam? Acho que esse mini-guia resume minhas alegrias em Buenos Aires. Inclusive tô aqui olhando umas passagens enquanto escrevo porque né? Quero fazer tudo isso de novo (e de novo, de novo, de novo…). Na volta das férias venham aqui contar se aproveitaram as dicas, o que há de novo por lá, o que recomendam. Volto a dizer: Buenos Aires não se esgota!
Buen viaje! Que disfruten mucho!
Que texto! Que dicas!! Será que não chegou a hora desta menina escrever um guia sobre a cidade? 🙂
Um post "muy rico"
Gracias!
Valeu a dupla menção ao blog e ao apê!!!
Estamos te esperando também, Marília.
Um beijo
Gisele
Gracias, Gi! Abração!
Nossa! Não vinha aqui há um tempão (sorry, shame on me), e hoje me deparo com esse post TRANSLUMBRANTE e completíssimo da Marília! Maravilhoso!
Parabéns Marco, por essa paixão compartilhada, e que, pelo visto, é "bem" de família!
Um abração pra você, pra mana, e pra Quéle!
Obrigado, Ligia!!! Abraço!
Parabéns!! Esse blog é um espetáculo! Abraços! Daniela
Obrigado, Daniela!!