El Ateneo Grand Splendid – a mais linda livraria de Buenos Aires…

Uma dica para criar polêmica em terras porteñas: crie uma frase deste tipo ” a mais linda livraria de Buenos Aires é a …”. O consenso parece não existir em Buenos Aires, e sua busca parece ser um hobby dos nossos hermanos, que utilizarão todos os recursos retóricos para te convencer a concordar com seus argumentos. Mas neste caso não tenho medo da polêmica, e deixo aqui a minha opinião: a mais linda livraria de Buenos Aires é a El Ateneo Grand Splendid. Pode não ser a livraria mais especializada ou com os melhores títulos, mas enche os olhos com sua beleza. O pessoal do The Guardian gostou tanto dela que a considerou a segunda livraria mais linda do mundo.
Mas a Ateneo Grand Splendid não é só livros. É também história, e das boas. Esta livraria está situada no prédio onde um dia funcionou o Teatro Grand Splendid, e por seu palco grandes nomes da cultura argentina mostraram seu talento, como Carlos Gardel e Roberto Firpo. E o nome por trás desta história é Max Glucksmann, que teve uma trajetória de sucesso no mundo da música e do cinema. Uma história que daria um filme… ( e se existir tal filme, por favor me avisem!)

Este imigrante austríaco chegou a Buenos Aires em 1890. Depois de algum tempo trabalhando como assistente de fotografia na Casa Lepage, se tornou o proprietário. Esta empresa importava material fotográfico, e além de Max outro nome importante da história cultural da Argentina trabalhou lá, o francês Eugène Py, que se tornaria o primeiro cineasta argentino… Max começou a investir no ramo do cinema, abrindo salas de exibição em Buenos Aires, em outras cidades da Argentina, no Uruguai e no Chile. Além da atuação no mercado cinematográfico, Max Glucksmann foi também um pioneiro no mercado da música. O nome Carlos Gardel lembra algo para você? Sim? Gracias, Max.

Em 1919 Max construiu a Grand Splendid. O prédio grandioso conta com uma pintura de Nazareno Orandi na cúpula, e cariátides de Troiano Troiani. O final da Primeira Guerra foi a inspiração para a pintura com temas pacifistas.

Quando o grupo Yenny, proprietário da El Ateneo, ficou responsável pelo prédio, uma certa polêmica surgiu pois um grande número de pessoas acreditava ( e ainda acredita) que o prédio deveria ser restaurado para sua função original, ser um teatro. Eu acredito que esta livraria democratizou o acesso a esta história, pois agora você pode tomar um café no palco onde Gardel cantou e ter uma idéia do ponto de vista do artista, coisa que no teatro ( sem complicações com a lei) você não poderia fazer. Você pode passar horas caminhando pelo prédio, observando os detalhes, lendo os livros, se emocionando com a pintura da cúpula, tudo isso por alguns pesos ( se quiser tomar o café no palco) ou de graça. O teatro com certeza faz falta, teatros nunca são demais, mas milhares de pessoas visitam o prédio e talvez nunca o visitariam fosse ele um teatro.

E se cada uma delas sair de lá inebriada pela cultura, pela arte, pelo livro, e se tornar um guardião da arte de ler, então o legado de Max terá valido a pena.

E você, já conheceu a Ateneo? Conta como foi!!

E não deixe de assistir a este documentário! Muito interessante!

Fontes:
El Ateneo Grand Splendid
Av. Santa Fe 1860
2017-09-06T16:26:16+00:00

5 Comments

  1. jair 1 de julho de 2010 at 18:15

    ótimo post! e essas fotos? são suas???
    minha nossa. simplesmente espetaculares! eu ja conheço a qualidade , mas dessa vez foi prá não deixar dúvidas. hehe… parabéns, Marco!

  2. Oi Jair! Legal que tu gostou do post e das fotos. É um lugar mágico,não é mesmo? Abraço!!

  3. Geraldo Figueras 6 de julho de 2010 at 13:53

    Não tem como não se impressionar a cada visita. É algo tão grandioso que o queixo cai sempre, o cara não se acostuma.

  4. Pois é Geraldo, impossível de se acostumar. Parada imperdível. Sabe que eu nunca verifiquei se vendes tragos por lá? pode ser uma pauta interessante para o In Spirits… beber direto da fonte, hehehe

  5. Anônimo 23 de fevereiro de 2012 at 23:14

    Olha…fantástico. Não vejo a hora de conhecer. Em março estarei por lá, com certeza!

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