Aventura Porteña de hoje… José Benedito Libório

O nosso leitor José Benedito Libório enviou seu relato da viagem, com muitas dicas!! Participe também da Aventura Porteña do Leitor! Mande seu texto e fotos para buenosairesdreams@terra.com.br Será um enorme prazer publicar seu relato de viagem aqui no blog!! 


Obrigado pelas dicas, José!!


Queridos amigos do blog que gosto muito! Aquele abraço.

Agosto último estive em Buenos Aires pela primeira vez desde que minha namorada mudou das costas da África para a terra de Gardel. Para mim, mais do que encontro com a bem amada foi um encontro com uma terra que já preencheu muito das minhas iras futebolisticas, emoções do tango, enfim, toda a trajetória que os brasileiros costumam ter em relação à Argentina e os portenhos especialmente.
Disseram-me que eu havia dado muito sorte e de fato o frio que acompanhava preocupado pela páginas do Clárin deu uma trégua e cheguei com um belo sol, com um decreto de minha parte: tentaria não falar português, algo que depois vi não ser uma das tarefas mais fáceis devida a verdadeira “invasão” brasileira.
O primeiro local que fomos foi no Mirasol da Alcova da Recoleta, um restaurante que, confesso, não entendo como nunca aparece em uma listagem dos bons restaurantes de parilla em Buenos Aires. Digo isso porque o local é convidativo, os preços bastante bons pela qualidade e pela atenção e um atendimento que tem o que eu julgo fundamental, equilíbrio, ou seja, se não abandonam o cliente, não o oprimem, servem com comedimento e muito bom gosto. Um lugar onde se pode levar a família, convidados e provar de uma parilla muito bem preparada com o jeito especialíssimo que só na Argentina encontrei. O site para quem quiser conhecer é http://www.elmirasol.com.ar/
Obviamente que para mim as livrarias eram o grande atrativo da capital argentina e é claro, Ateno Gran Splendid foi um passeio obrigatório que recomendo mesmo! Não pude acreditar na variedade de livros, CDs e DVDs que tinha naquela loja enorme, um deslumbre que me fez lamentar ter vindo de avião já que levaria dezenas de livros e depois me viraria para pagar a fatura do cartão de crédito! Aliás, parece-me que a “CABA” é o paraíso dos leitores e dos cafés!
Claro que alguns dos históricos tinham de estar na lista, principalmente o Gran Café Tortoni. No entanto, alguns outros “fizeram minha cabeça” mesmo sendo modestos e não constando de nenhuma lista: o primeiro o anexo à Padaria Dos Escudos ( onde tomei meu primeiro “desanuyo” na Esmeralda com Juncao) e também o Calabaza (Esmeralda e Juncal) onde pela primeira vez me deparei com uma grande virtude dos argentinos: a atividade da chamada “3a. idade” (detesto esse termo mas vá lá). É tão gostoso ver os “majores”, independentemente de suas dificuldades, tomando o chá ou almoçando nos cafés! É algo que me dá uma admiração maravilhosa e o desejo de poder fazer o mesmo.
vista da vidraça do Cafe Calabaza
E vão mais delícias culinárias simples como o choripán. Gente o que é aquilo? A namô apostava que eu me satisfaria com um só mas quase comi dois , excesso que não se realizou por insistência dela e pela lembrança das broncas que tomaria da médica ao regressar. De qualquer forma, o chorizo é uma linguiça gostosíssima e temperada com o chimi churri é algo de fechar a Casa Rosada!
Fui apresentado ao tamao, um tipo de pamonha com recheio de carne e provei, finalmente, a verdadeira empanada argentina numa lojinha simples chamada Costumbres Criollos na Esmeralda e Libertador. 
Fazendo a transição culinário-desportiva, existe na Plaza Paris, Recoleta, o Café La Biela. Lá saciei a fome depois de uma visita ao Cemitério da Recoleta e a busca ao Mausoleo de Evita e mais uma boa caminhada, e também tive oportunidade de conversar com um atencioso garçon sobre automobilismo, a minha paixão maior. 
 
Quanto ao futebol, claro, fui matar minha curiosidade sobre o clube mais parecido com meu amado Corinthians e também conhecer o grande templo do futebol argentino, La Bombonera. Saí apaixonado: o Museo de La Passión Boquense e sua loja de “recuerdos” é para qualquer fanático pelo time da Av. Brandsen encher-se de orgulho e lembranças e também compreender o porquê do estádio ser um “alçapão Xeneize”, difícil para qualquer equipe.
A última grande vertente que me interessava na minha visita à Buenos Aires foi a questão histórica e uma particularmente dolorosa para a nação argentina e que acompanhei quando adolescente: a Guerra das Malvinas e calou fundo em minha alma a visita ao Monumento a los caídos em la gesta de las Malvinas, com o nome de todos os falecidos, guarda de granaderos e fogo eterno. Foi algo que me emocionou muito e que me fez pensar mais ainda. Ainda sobre esse assunto, adquiri vários livros do Instituto de Publicaciones Navales que se situa na Calle Florida.
Comida, Futebol, História… O que mais faltava? Ah, sim, música, tango e não shows apenas mas a história de seu principal intérprete, Carlos Gardel, a casa onde passou os últimos anos junto a sua mãe. O museu é simples mas pode-se imaginar Gardel andando pela casa, os documentos, música que toca, os filmes, além do próprio Abasto, um bairro simpático , muito simpático, onde encontrei o único McDonalds “kasher” que tenho conhecimento.
Museu Casa Carlos Gardel

Museu Casa Carlos Gardel

Abasto
Por fim, gostaria de fazer um comentário acerca de dois aspectos que me chamaram bastante a atenção durante minha estada: começo pelo número incrível de Museus que existem na capital portenha. São tantos, sobre tantos assuntos e com tantos pontos de interesse que creio que uma visita só nos museus ocuparia uma boa quantidade de dias. Destaque para o MALBA que infelizmente não consegui visitar por estar fechado no dia em que fui lá mas já está programado para a próxima visita.
O outro lugar muito gostoso e surpreendente é o bairro chinês (Bairrio Chino) que me surpreendeu pela variedade de restaurantes e por um mercado que não deixa brasileiro algum passar vontade de sua comida, feijão, arroz e até mesmo uma cachaça apesar dos 40 pesos cobrados. 
Teria muito mais coisas para falar dos lugares que admirei como o Pátio Bullrich, o Buenos Aires Design (local maravilhooooooooso), impressões acerca de tantos momentos maravilhosos que passei que nem mesmo uma cólica renal e suas dores conseguiram estragar.
Voltarei para Buenos Aires, certamente. Quem visitou aquela cidade que pulsa tanto em vida, inesgotável em suas atrações, sabe perfeitamente o significado da múscia “Mi Buenos Aires querido” , cantada por Gardel. Sem demagogia, acho que se escolhesse um lugar em América Latina para viver, com certeza seria Buenos Aires. 
Mais uma vez, parabéns pelo blog. Saludos cordiales! Hasta pronto!

José Benedito Vizioli Libório

Muito obrigado por compartilhar com a gente a tua viagem!!! Ótimas dicas!! Abração!!

2017-09-06T16:25:37+00:00

5 Comments

  1. Robert Serbinenko 17 de dezembro de 2011 at 14:26

    Não estive ainda no Mirasol, mas como o restaurante fica en Boedo, vou conferir.

  2. Eu fiquei bastante curioso também! conta depois como foi! Abraço!!

  3. Denise Ramos 19 de dezembro de 2011 at 12:27

    O Mirasol citado no artigo fica na Recova da Recoleta. É maravilhoso! Nunca me decepcionaram nas várias vezes que lá estive. Vale a pena!

  4. Oi Denise!! Obrigado! Já está na lista para a próxima viagem!! 🙂 Abraço!!

  5. Ligia 2 de janeiro de 2012 at 13:46

    Benedita BsAs!
    Benedito José! Menino, adorei seu texto!
    Como uma apaixonada (Vibana oficial) pela capital do Prata, posso dizer que sua Aventura Portenha foi muito especial! Que barato, sua percepção sobre os "mayores". É isso mesmo; é bem bonito, ver a independência deles e como curtem os cafés, livrarias, e conversas com amigos, num bar ou praça…
    José, gostei muito de sua visão "periférica" sobre o todo, dessa cidade fantástica, com sua cultura, "saindo pelos poros" em todo lugar"
    O povo argentino é admirável, por sua bagagem, por sua maturidade histórica, político, social e, principalmente, cultural!
    Bacana sua dica do Mirasol! É mesmo muito boa! E tem uma filial em Puerto Madero.
    E por falar nisso e na sua paixão pelo automobilismo, chegou a ver a linda escultura, em bronze, do Fangio, em frente ao prédio da Mercedes Benz, naquele bairro? Uma justíssima homenagem! Vale a pena conhecer!
    Quero dar os parabéns por sua matéria, e ao Marco, por nos propiciar esses momentos, de relembrar e conhecer mais ainda, nossa cidade mais que amada, adorada, salve, salve: Buenos Aires!!
    Abração!

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