Eu não consigo viajar sem comprar livros. Uma mania. Se não tenho um livro por perto, começo a tremer. E gosto do livro em papel. Sim, sou jurássico. Livro é livro, e-book é e-book. Os dois são ótimos e podem co-existir em harmonia,desde que um não tente imitar o outro. Gosto da textura do papel, do cheiro, da alma do livro. Poder interagir facilmente, anotar, sublinhar ( e ao reler o trecho, depois de dez anos, tentar entender por que eu sublinhei aquela frase naquela época, se a outra frase que não chamou atenção faz mais sentido agora…). Mas, principalmente, gosto de envelhecer com os meus livros… Lembrar que um dia eles já foram novinhos em folha, e apesar da capa um tanto maltratada, o conteúdo continua o mesmo, e cada vez melhor, com novas releituras a cada dia…

Os meus livros sofrem um pouco, estão sempre com algum tipo de amasso, dobra… Eles são levados por todo lado, sem pena. São cicatrizes de guerra, diferente daqueles livros almofadinhas escolhidos por decoradores para a função de decorar o “espaço gourmet” ou o  “living”. Livro não é objeto de decoração, é objeto de meditação… É por isso que eu sou fascinado por livrarias especializadas em livros antigos ou usados. Principalmente porque neste tipo de lugar, se eu pergunto se tem algo do Borges, nenhum vendedor vai me perguntar como soletra o nome do autor para buscar no sistema… As conversas nestas livrarias “de verdade” são sempre animadoras e eu sempre saio com algo novo, mesmo sendo velho…

Nesta última viagem, totalmente por acaso, passamos na frente da La Teatral, em Las Cañitas. Uma fachada simples, mas com as palavras mágicas: Libros Antiguos e Modernos.

O lugar é pequeno, acolhedor e com um ótimo atendimento! Encontrei um guia de ruas de Paris dos anos 50 muito interessante, uma pequena jóia, por apenas 20 pesos!!! Sem dúvida uma das melhores descobertas do último passeio!!