Los buenos vinos Argentinos

Trumpeter, Felipe Rutini

Eu sou apaixonado por vinhos. Sem querer ofender as outras bebidas,na minha opinião nenhuma outra consegue com tanta intensidade captar as características – geográficas, culturais, históricas,mercadológicas, climáticas … – de cada país. O tal de terroir. O vinho me faz viajar para terras distantes e reativa memórias e experiências. E eu devo admitir que sou apaixonado pelos vinhos argentinos justamente pelas lembranças que eles me proporcionam. E também em grande parte pelo aspecto cultural. O vinho na argentina é cultuado e culto. Com um mercado consumidor doméstico muito forte, podemos encontrar vinhos com personalidade e história,com técnicas e estilos próprios e propostas interessantes. O que eu quero dizer é que ( posso estar totalmente errado, pois estou falando por instinto e não por conhecimento de fatos e estatísticas), enquanto o vinho chileno é direcionado principalmente para a exportação, e não para o consumo interno, o vinho argentino é cultuado pelo seu povo, tendo assim um pouco mais de alma, um pouco mais carisma e caráter. O vinho chileno, apesar de excelente, é talvez só isso, excelente. O vinho argentino é pulsante, vivo, discutido nos cafés e em programas de tv, cultuado e intrigante. Você encontra sete revistas de vinhos em cada banca, livros, personalidades do vinho, etc.

Buenos Aires é um paraíso na terra para os amantes de vinho. Lojas interessantíssimas, como a Winery, Ligier, Tonel Privado, Grand Cru entre outras, oferecem uma variedade incrível de tipos e preços. Sem contar, claro, nossos amigos supermercadistas, que sabem que nem sempre buscamos vinhos de alta gama. E nos tiram um grande peso da consciência ao nos fazer economizar nossos tão queridos pesos, hehe.

A Sílvia, do fantástico Matraqueando, escreveu um post brilhante sobre um arquétipo tão – infelizmente – comum no universo dos vinhos: o enochato. O cara que não sabe o que está bebendo, mas faz de conta que sente emoções tão intensas e precisa ser sempre criativo nas descrições da bebida. Quando bebo um vinho eu não me preocupo em descrever o que eu estou sentindo, da mesma forma que não descrevo as sensações que tenho ao ler um bom poema do Drummond ou Borges. Imagine alguém dizendo ” este poema me lembra os aromas de uma biblioteca envolta nas brumas oníricas que Borges espelhava na sua tentativa de se livrar do labirinto metafísico que o viver constantemente nos impõe…”. Que chatice. Eu fico feliz em dizer que o Borges me faz feliz. Acho que um silêncio reverencial intercalado por sorrisos e olhares confidentes pode ser a melhor forma de analisar um vinho.

Por fim, deixo aqui uma dica: Trumpeter, da Rutini. Este vinho é uma pequena obra prima em relação ao custo e benefício. Com um preço relativamente baixo, este vinho é uma ótima alternativa para aqueles dias chuvosos que não exigem formalidade ou comemorações de nada além de uma boa conversa, um bom queijo, um trompete triste ao fundo e algumas linhas bem escritas no papel… sem “gosto de amoras silvestres depois da chuva de outono”, por favor!
2017-09-06T16:26:36+00:00

10 Comments

  1. Lulu 13 de novembro de 2009 at 22:38

    Ahhhh, não fala assim dos vinhos chileeeenos. Hahahaha. Minha mãe é chilena, e eu tomava Concha y Toro de mamadeira (brincadeira).
    Conheço pouquíssimo de vinhos argentinos, mas, uma vez vivendo aqui, não tem escapatória. Hehehe!!!

    Um abração!

  2. Concha y Toro de mamadeira é ótimo!! Talvez pelo fato da popularidade imensa dos vinhos chilenos no Brasil eu tenha ficado com um pouquinho de ciúmes, hehe! Abraço, e obrigado pela visita! E a melhor forma de evitar os atritos com o vinho é não ser radical e começar com um bom chileno e terminar com um bom argentino…

  3. Lulu 14 de novembro de 2009 at 19:06

    Agora que eu notei… você tem uma escola de inglês?
    Eu trabalhei na Wizard durante 3 anos, lá em Brasília. 🙂
    Gostava muito de estar em sala de aula tb. Conheci pessoas tão legais assim…

  4. Eu tenho uma escola independente, a Help. Não é franquia, eu decido tudo, hehe. Abraço!

  5. Ziza 26 de novembro de 2009 at 00:56

    Já provaste o vinho Luigi Bosca? Um dos melhores que já provei por aqui, vale a pena!Abraços!

  6. Ah, o Luigi! ótimo vinho! O Luigi Bosca, o Felipe Rutini e Catena Zapata estão sem dúvida no meu top 5 da argentina! Obrigado pela visita! O teu blog tá ótimo!! E você, se divertindo muito em BsAs? A minha irmã está pensando em se mudar para BsAs. Ela é Relações Públicas, mas quer fazer uma pós em turismo… Abraço!

  7. mariana 2 de dezembro de 2009 at 18:48

    Adoro o Trumpeter! O Luigi Bosca e o Rutini sao excelentes vinhos tambem, como ja disseram aih em cima. E recomento o Saint Felicien, tambem.

    Alias, Marco, da uma olhada aqui: http://www.0800-vino.com

    Eh de um amigo meu, delivery de excelentes vinhos aqui em Buenos Aires. Eles organizam varios eventos de degustacao tambem, uma vez por mes. Tem um grupo no Facebook tambem, onde sempre divulgam as datas. Acho que vc vai gostar.

    Saludos!

  8. Oi Marina! Sempre um prazer te ver por aqui!! E valeu pelo link!!! ótimo!! Vou ver agora mesmo e torcer para ter algum evento enquanto eu estiver por aí!

  9. Ivana Macedo 12 de setembro de 2010 at 04:15

    Também adoro vinhos e os argentinos são mesmo marcantes…permitam dar uma dica para quem não está em BAs mas em BH mineiros gente! Tem uma rede de supermercados em BH chamada Verdemar, meio delicatessem grande, mais de 1500 rótulos disponíveis que tem uma adega invejável e excelentes rótulos e preços ..fica a propaganda!!

  10. Oi Ivana! Obrigado pela visita!! Os vinhos argentinos são realmente marcantes!! Adoro! Ah, e obrigado por compartilhar a dica do Verdemar! Abraço!!

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