Você conhece Buenos Aires….

(Empire State,NYC)

… ou Paris, ou Nova Iorque, ou Barcelona, ou Tucunduva? Não importa o destino ,sempre queremos “conhecer” o lugar que visitamos. Mas na realidade o que isso significa? Eu moro em Porto Alegre, mas não sei se conheço a Porto Alegre dos outros moradores. Eu acabo criando uma cidade dentro da cidade, e me sinto um estrangeiro fora das rotas comuns do meu consumo urbano. Por isso viajar é tão intenso, pois você se joga no desconhecido. Viajar, na minha forma de ver o mundo, deveria ser justamente o contrário de “conhecer” a cidade, mas sim de “estranhar” o local onde estamos. Não buscar o reconhecimento de imagens famosas, ou tirar fotos na frente dos monumentos. Não que isso não seja divertido ou enriquecedor, mas o que me fascina é justamente desvendar as diferentes camadas simbólicas que um novo local tem a oferecer, até se dar conta que tais camadas são infinitas e em constante mutação. Portanto eu não conheço lugar algum. E talvez nem queira. Lembro que a primeira coisa que eu fiz quando visitei Nova Iorque, depois de deixar as malas na casa onde estava hospedado, foi ter ido para a rua e entrado no primeiro ônibus que passou. A sensação de total descontrole, de não saber para onde estava indo ou o que encontraria, é fascinante. Caminhar sem rumo por uma cidade, dar valor ao aspecto “insignificante” de uma cidade é que dá significado ao ato de viajar. Eu não visitei nem 0,3% dos lugares que pretendo, e espero que quando chegar lá eu possa continuar não conhecendo o lugar, mas tendo uma relação de familiaridade e estranheza ao mesmo tempo.
2017-09-06T16:43:07+00:00

One Comment

  1. Saeka 9 de abril de 2009 at 16:42

    Concordo com você Marco, viajar é poder explorar o desconhecido, e o desconhecido muitas vezes não é um lugar famoso, ou até mesmo um lugar, as vezes está em nós mesmos. Por isso acho viajar tão fascinante.

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